domingo, 22 de fevereiro de 2009
bruta flor do querer
Começo o dia ao meio dia. Gripe, fraldinhas, catarro, ouvido tampado. Vejo o homem perdido em sua casa. Entre gritos de crianças, latidos de cachorro e telefones tocando vejo os olhos esbugalhados da loucura a andar de canto a canto. Os olhos molham as plantas, dão banho nos cachorros, varrem a casa, preparam comida, gritam muito e no final ficam infelizes. Entretanto, não se vê (nos olhos) uma lágrima, apenas os piscar desajeitado de palpebras epiléticas. Os olhos vêem a casa, o quarto, o tapetinho da cozinha, as plantas, os pêlos. Os olhos estão cegos apenas para os meus olhos; o(ó)lho.Quero ir para casa, mas eu esqueci onde ela fica.
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