sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O círculo é uma linha que já não tem mais ambição.
Millor Fernandes.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Aquario

A cabeça do aquario, nada.

domingo, 11 de outubro de 2009

Pequenos intertextos sem revisão (e sem pecados) de um domingo.


A mãe católica em um ato de devoção lhe deu esse nome. Urbano, ele bem era, a incompreensão intercalava-se entre os numerais V e I. Metro, meia noite. Juliette, uma transexual que se considerava mulher (e nao havia criatura vivente que duvidasse!), existia na passarela amarela com suas longas madeixas saltitantes..a cabeça grande e bem posta, guardava o olhar atento tipico dos animais de habitos noturnos. Sortie...Uma porta aberta...entraram na casa Dele...bem no centro daquele altar, de São Pedro, Urbano VI enrabou Juliette enquanto dissertava sobre o crime...
- Sabado. Paris, nuit blanche - la...la, do outro lado do rio, onde aqueles caras que gostamos bebiam vinho e fumavam cigarros (muitos!, como eu).Quando o paladar vai esnobar vinho no velho mundo?

Logo ela engoliu seu sexo, e o gosto nao era de vinho, mas de vinagre...E sem milagres, na língua, restou o amargo dos profanos que usam suor e pernas para se locomover. Excitada, tirou a boca com voracidade...o calor da virilidade lhe esquentava as virilhas...Queria o cu! Urbano VI, no altar, sangrou aos olhos benevolentes de Sao Pedro.

Que cebola?

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

participio

ate as palavras que me ficaram de lembranca foram apagadas sem borracha. delete...botao do lado esquerdo do peito da maquina que nao tem coracao. depois...control c + control v (porque so eles salvam). 'participio' escrito a mao e sangue...mudei o verbo que forma o nominal da vida.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

gerundio

Vou chorar com voce so o tempo da ultima cebola.

domingo, 27 de setembro de 2009

"sub-alimentados do sonho, a poesia é pra comer"

Pernas grandes na pequena maquina branca serpenteando ruelas medievais decadentes. Pernas apressadas correm pra onde? As linhas pontilhadas escorreram no asfalto preto e frio ate a pont neuf. Vi apenas o caminho de assar as batatas delas com bafo de boca.

sábado, 5 de setembro de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Rodeada dos estranhos sorridentes. dentes nervosos a mostra. dentes nervosos que seguram a lingua. Limitadores. Cuidado com os limitadores.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Cachorro que late nao morde.

O amor quando é dentro pode ficar preso em eterno circùlo...por isso nao consegue achar o caminho da boca. Meu amor quer antropofagia.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A maça

Estranho modo de viver longe de tudo. Ainda nao entendo o sentido da comunicacao. A maca no escuro. Sou aquele que fugiu por ter cometido um crime. E agora?Primeiramente a pedra - esses seres inanimados que pela simples razao de nao estarem vivos , fazem nos pensarque a respiracao e importante. Qual e o tempo necessario para tornar-me homem?

Zia 1

Ve la aos 82 anos a correr pela casa como uma barata que procura os cantos escuros, me causou um frio na adenoide avantajada que cultivo dentro do nariz. Fiz lhe um desses olhares que se da a velhos e a criancas. Parei.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sede

Tomei todo o copo d’água como se fosse o último do planeta. Nada preencheu de minha sede. Quando a água não mata a sede se faz o quê?
Muda nada nem a língua muda nem a muda enrolada do pentelho.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

cuspe

é muito fácil ou dificil perceber que o indizivél que nos torna pessoas amáveis também unta o contradito em premissa sempre usada quando sentimos o ódio do Outro que sai do sopro do pulmão quando grita e vomita o ar cheio de voz de raiva ou cheio de teclas nas mãos que catam letras e não conseguem ainda assim descrever o que se deixa transparecer pelo corpo que se mexe involuntariamente ou voluntariamente em direção ao nada.

domingo, 17 de maio de 2009

"cansado de me controlar em impulsos resolvi ser de uma forma fechada. não deu. abri-me de novo. eu comigo e mais ninguém. não há modelos acabados de metas e a metamorfose do egoismo pessoal mal entende de sinais característicos da essência preocupante. o palco da cena é externo. a encenação é de dentro daqui. não há como adestrar os cães interiores. o desafio precisa vir a reboque. não adianta ensaiar uma verdade porque o que se pretende dizer está nas suas mãos. você pode até demitir as víceras, mas e as fezes? não há como não se desfazer em restos. o caminho de si". posted by M!

quando disse não sou.

aquilo que foi dito com toda a convicção queria dizer exatamente o contrário, mas le chat continua sabendo o que quer.
o vazio cheio de tudo que eu não quero transborda o horror do almoço dos casais infelizes que não se falam e não se olham, não se olham...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

vinte horas

Vinte horas, o tédio lambe libidinosamente o tempo intacto e parado do relógio digital exposto na tela do computador. Essa hora pertubadora que representa o entre; que entre o entardecer que esvaí junto aos bancos, escolas e comércio. A noite chama, mas ainda não é hora para as prostitutas circularem por seus pontos perfurantes, e nem mesmo para o escandalo dos bêbados-que inexistem junto a sobriedade cruel das oito horas. Essa vida contém cenas explícitas de tédio nos intervalos da emoção. Vamos ao cinema?

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Le chat

O gato mia. Sardinhas. Sardinhas. Sardinhas. Le chat sabe bem o que quer...

bruta flor do querer

Começo o dia ao meio dia. Gripe, fraldinhas, catarro, ouvido tampado. Vejo o homem perdido em sua casa. Entre gritos de crianças, latidos de cachorro e telefones tocando vejo os olhos esbugalhados da loucura a andar de canto a canto. Os olhos molham as plantas, dão banho nos cachorros, varrem a casa, preparam comida, gritam muito e no final ficam infelizes. Entretanto, não se vê (nos olhos) uma lágrima, apenas os piscar desajeitado de palpebras epiléticas. Os olhos vêem a casa, o quarto, o tapetinho da cozinha, as plantas, os pêlos. Os olhos estão cegos apenas para os meus olhos; o(ó)lho.Quero ir para casa, mas eu esqueci onde ela fica.